De secretaria própria à agroindústria, movimentos entregam carta com demandas por segurança alimentar

Como resultado concreto do seminário “Segurança Alimentar: o papel do município”, realizado nesta sexta-feira (9) na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), representantes de movimentos populares, coletivos e conselhos entregaram às autoridades presentes uma Carta Compromisso com pautas e reivindicações urgentes voltadas à agricultura familiar, combate à fome e políticas públicas de inclusão.
O documento, endereçado a representantes dos poderes municipal, estadual e federal, propõe ações efetivas para garantir o direito à alimentação adequada e fortalecer a produção local de alimentos, com foco especial em comunidades periféricas e rurais. A carta também cita uma série de ações para acompanhamento e agendamento de reuniões, a fim de garantir que os pedidos sejam atendidos.
Entre as propostas estão: criação de uma secretaria municipal de agricultura familiar, políticas de incentivo à agroindústria comunitária, fomento à comercialização direta da produção, acesso a crédito público, assistência técnica, valorização da economia solidária e inclusão de comunidades quilombolas, indígenas e urbanas em programas de alimentação escolar.
O vereador Landmark Rios (PT), proponente do seminário e coautor de um projeto que prevê a criação da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar na Câmara Municipal, afirmou que as pautas apresentadas pelos movimentos serão tratadas com prioridade:
“A fala dos movimentos é clara: não falta capacidade de produzir, falta estrutura, apoio e oportunidade. A agricultura familiar é parte da solução para combater a fome, gerar renda e garantir alimentação saudável. E é dever do poder público transformar essas demandas em políticas públicas concretas”.
Mais oportunidades
Lucinéia de Jesus Domingos Gabilão, da Comunidade Quilombola Chácara Buriti, relatou ao público as dificuldades enfrentadas pelas mães da zona rural, pela falta de água e pelo não acesso ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE):
“Quem vai plantar se a mulher precisa sair para vender? Nós temos produção de mandioca, pão, mel, mas não temos espaço garantido para comercializar. As mães da cidade têm onde deixar seus filhos. Nós não temos. O que pedimos é apoio. Nós sabemos produzir. Só precisamos de oportunidade”, afirmou
Representando a UGT e a FAFER, Sandra Maria Costa destacou o caráter histórico do seminário: “Esse momento é importante. Viemos com propostas para melhorar a produção, a assistência técnica e a comercialização da agricultura familiar. Queremos ferramentas concretas do município para apoiar quem produz, na cidade e no campo”.
Representantes dos coletivos que participaram
Sandra Maria Costa – UGT / FAFER
Lucinéia de Jesus Domingos Gabilão – Comunidade Quilombola Chácara Buriti
Jorge Bento – Associação Tucura
Solange Clementino de Sá – Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA)
Beto Jonas – Movimento Popular de Luta (MPL)
Jair Galvão – Coopurb Agricultura
Edymar Fernandes Cintra – Coordenadoria Nacional do MDMaria, NLM e Conselheira Estadual das Cidades
Kedney Graico Araújo – Coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua
Marco Antônio Sanguina – Presidente da Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Três Corações
André Glien – Agência de Desenvolvimento Econômico Social (Adeso)
João Terena – Coletivo Kaguateka
Rodrigo Nantes – Membro Titular do CONSEA e Coordenador de Economia Solidária de MS
Tiana Almire – Ex-conselheira do CONSEA e Coordenadora do Fórum Estadual de Economia Solidária
Abílio César da Silva Borges – Consultor da Secretaria Nacional de Participação Social da Presidência da República e do Fórum Estadual de Participação Social de MS
Foto: Pedro Roque
Renan Nucci – Assessoria de Imprensa do Vereador