1
Segurança

Reativação de radares na BR-163 em MS escancara omissão e contradições do governo e da CCR MSVia – e quem paga a conta é o povo

Por Wander Lopes

19/04/2025

 

Após mais de um ano de omissão, o Governo Federal determinou que a CCR MSVia reative 38 radares de controle de velocidade ao longo dos 847 km da BR-163 em Mato Grosso do Sul. A medida, anunciada pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), chega com atraso e deixa claro o despreparo na condução de um serviço que deveria priorizar a segurança e a vida da população.

Desde que os equipamentos foram desativados, em 2023, moradores de dezenas de municípios cortados pela rodovia denunciaram o aumento da velocidade dos veículos, o risco de acidentes e a sensação de abandono. A CCR seguiu em silêncio. O governo federal, por sua vez, apenas observou, enquanto os problemas se acumulavam. Agora, tenta corrigir a falha às pressas, com a reativação dos radares antes mesmo da finalização do novo contrato de concessão — prevista somente para depois de setembro.

Mas o que parecia uma solução, vem com mais um problema: o custo de reativação dos radares, estimado em quase R$ 3 milhões, será incorporado ao contrato como impacto financeiro, que recairá, de uma forma ou de outra, sobre o bolso do contribuinte. Ou seja, além de conviver com o descaso e a insegurança, o povo ainda terá de pagar pela negligência alheia.

Essa decisão escancara um modelo de concessão que não funciona. Uma concessão que desativa equipamentos de segurança, demora a reagir diante das queixas da população e ainda repassa os custos dos próprios erros para a sociedade. O resultado disso é um só: quem perde é o povo. Perde em segurança, em dignidade e em confiança nas instituições.

Enquanto o processo de repactuação do contrato segue em ritmo lento, a população das cidades que dependem da BR-163 continua à mercê de um sistema ineficiente e de decisões que não colocam o interesse público em primeiro lugar. Reativar os radares é o mínimo — mas a verdadeira dívida com a população ainda está longe de ser quitada.

Publicidades

Fran 3

Mais Notícias