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Utilidade Pública

Usina Nuclear Angra 2 registra vazamento no núcleo do reator, e nova gestão adia reparo

Por Wander Lopes

21/02/2025

 

 

 

A usina nuclear Angra 2, localizada em Angra dos Reis (RJ), enfrentou um vazamento no núcleo do reator, descoberto em 25 de dezembro do ano passado, mas a decisão da nova gestão foi adiar o reparo para a próxima manutenção programada, daqui a 12 meses. A situação, embora não apresente risco iminente de liberação de radioatividade ao meio ambiente, preocupa. O manual da usina especifica que o reparo deve ser feito o mais rápido possível, o que exigiria o desligamento da usina para a troca do selo danificado.

Atualmente, a usina está operando de maneira irregular, em um modo denominado "estepe", conforme descrito por servidores que preferiram não se identificar. Há um crescente receio entre os funcionários quanto à segurança nuclear, com alguns alertando que a decisão pode colocar a integridade do sistema em risco.

Angra 2 integra o complexo da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que também abriga as usinas Angra 1 e Angra 3 (esta última em construção). O complexo está situado às margens da BR-101, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

O vazamento e os riscos

O vazamento ocorreu no primeiro selo do núcleo do reator, que faz parte de um sistema de vedação composto por dois selos e um dreno. Esse sistema é fundamental para impedir que a radioatividade se propague dentro da contenção de concreto e evitar um acidente nuclear grave, como a Perda de Líquido de Arrefecimento (LOCA).

Embora o manual da usina classifique o vazamento no primeiro selo como um "acidente relevante", ele é considerado de reparo simples — embora o processo envolva custos elevados. A troca do selo requer o desligamento da usina, algo que ainda não foi realizado. A usina está, portanto, operando com o dreno, o que impede problemas mais graves a curto prazo. No entanto, essa condição não pode ser mantida por tempo indeterminado.

 

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