Voando Baixo: Sócios do Consórcio Guaicurus Faturaram R$ 1,8 Bilhão e Mantêm Estilo de Vida de Alto Voo

Apesar de atuarem oficialmente no setor de transporte coletivo terrestre, os sócios do Consórcio Guaicurus parecem ter o hábito de voar alto — e rápido. Uma perícia independente feita pelo Ibec Brasil (Instituto Brasileiro de Estudos Científicos LTDA), custeada pelos próprios empresários ao valor de R$ 272 mil, revelou que o consórcio movimentou R$ 1,8 bilhão entre 2013 e dezembro de 2024.
O montante, que corresponde à receita bruta das empresas do grupo no período, escancara a força financeira dos envolvidos. E entre os sócios do consórcio está um nome conhecido nos bastidores: um empresário ligado à família Constantino, tradicional no setor de aviação e controladora da Gol Linhas Aéreas.
A ligação com a família de alto voo ajuda a entender o estilo de vida mantido por alguns dos donos do transporte coletivo de Campo Grande — que, mesmo sem operar nenhuma aeronave, contam com jatinho particular à disposição. Um contraste gritante com a realidade enfrentada por milhares de usuários que dependem diariamente de ônibus lotados, frota desgastada e tarifas em constante debate.
A contratação da perícia teria o objetivo de trazer “transparência” às finanças do consórcio, mas acabou reforçando a impressão de que, enquanto a população anda espremida nos coletivos, os empresários estão, literalmente, voando baixo — no sentido mais ligeiro da palavra.
O relatório completo ainda será analisado por autoridades municipais e órgãos de controle, e pode impactar renegociações de contratos e subsídios públicos no sistema de transporte da capital.