Prefeita de Campo Grande pode ser cassada: julgamento no TRE-MS está marcado para próxima terça-feira

Campo Grande, MS – O clima político da capital sul-mato-grossense está em ebulição com a proximidade do julgamento que pode levar à cassação do mandato da prefeita Adriane Lopes (PP) e de sua vice, Camilla Jara Nascimento (Avante). O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) marcou para a próxima terça-feira, dia 20 de maio, às 17h, a sessão decisiva que analisará as acusações de compra de votos durante a campanha eleitoral de 2024.
A ação foi movida por partidos adversários, entre eles o PDT e a Democracia Cristã, que apontam uma série de irregularidades na condução da campanha que elegeu a chapa majoritária. Segundo os autos, vídeos, áudios, comprovantes de transações via PIX e testemunhos reforçam a denúncia de que houve captação ilícita de sufrágio, com a utilização de estruturas públicas e até religiosas para cooptar eleitores.
O Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio do procurador regional Luiz Gustavo Mantovani, emitiu parecer favorável à cassação e à declaração de inelegibilidade das duas gestoras por oito anos. Em sua manifestação, o procurador argumenta que há provas robustas da prática de abuso de poder político e econômico.
“A conduta narrada não apenas fere a legislação eleitoral, mas compromete a legitimidade do processo democrático. O uso de mecanismos de favorecimento financeiro em troca de votos deturpa a livre vontade do eleitor”, declarou Mantovani.
Por outro lado, a defesa da prefeita Adriane Lopes e da vice-prefeita Camilla Nascimento nega veementemente as acusações, sustentando que não há qualquer vínculo direto entre as candidatas e os fatos apontados. Os advogados argumentam que as provas são frágeis e não demonstram que as líderes da chapa tenham autorizado ou sequer tido conhecimento das supostas práticas irregulares.
A ação foi inicialmente julgada improcedente em primeira instância, mas os partidos recorreram ao TRE-MS, onde o caso será reavaliado em plenário. Caso a cassação seja confirmada, o Tribunal deverá decidir se será convocada nova eleição para a Prefeitura de Campo Grande ou se assume o presidente da Câmara Municipal de forma interina até uma definição oficial.
O julgamento promete mobilizar lideranças políticas, apoiadores e opositores, sendo apontado como um divisor de águas na administração pública da capital. A eventual saída de Adriane Lopes do comando do município representaria uma reviravolta inédita desde a redemocratização e poderia alterar completamente os rumos do cenário eleitoral de 2026.
A reportagem seguirá acompanhando os desdobramentos do caso e trará atualizações em tempo real na próxima terça-feira, direto do plenário do TRE-MS.