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Inclusão Social

Antiga Rodoviária de Campo Grande se torna novo foco de criminalidade e usuários de drogas

Por Wander Lopes

30/06/2025

 

A região da antiga rodoviária de Campo Grande, que já foi um dos principais pontos de entrada e saída da capital sul-mato-grossense, vem ganhando uma nova e preocupante alcunha: “Cracolândia CG”. A comparação com a já conhecida área crítica de São Paulo não é gratuita — os altos índices de criminalidade, furtos, tráfico e a concentração de usuários de drogas têm alarmado comerciantes, moradores e transeuntes.

Nos últimos meses, o número de ocorrências policiais no entorno do terminal desativado disparou. Furtos a estabelecimentos comerciais, assaltos em plena luz do dia e a presença constante de pessoas em situação de rua e dependentes químicos têm transformado a região em uma zona de risco. A insegurança é sentida tanto por quem precisa passar pelo local quanto pelos próprios comerciantes que lutam para manter seus negócios funcionando.

“Virou terra de ninguém. É briga, gritaria, gente se drogando o dia inteiro. Já invadiram meu comércio duas vezes só neste semestre”, desabafa um comerciante que preferiu não se identificar por medo de represálias.

A falta de políticas públicas eficazes e de presença constante da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar agrava ainda mais o problema. Muitos afirmam que a ausência do poder público contribui diretamente para que o local se torne uma espécie de refúgio do crime e do abandono social.

Moradores da região pedem socorro. Reivindicam ações urgentes por parte da prefeitura, da assistência social e das forças de segurança. “Não se trata apenas de repressão, mas de acolhimento e recuperação. Essas pessoas precisam de ajuda, e nós precisamos de segurança”, afirma Maria das Graças, moradora do bairro Amambai.

A antiga rodoviária, que deveria ser um espaço revitalizado e aproveitado para fins sociais, culturais ou comerciais, tornou-se símbolo do descaso urbano. O local abandonado atrai não só usuários de drogas, mas também traficantes e criminosos que se aproveitam da vulnerabilidade da área.

A sociedade campo-grandense clama por soluções concretas. Enquanto isso, a Cracolândia CG cresce a cada dia — à vista de todos e à sombra da omissão.

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