Desvio Bilionário no INSS: Mais de R$ 6,3 Bilhões Subtraídos de Aposentados e Pensionistas

EXCLUSIVO – Desvio Bilionário no INSS: Mais de R$ 6,3 Bilhões Subtraídos de Aposentados e Pensionistas
Brasília (DF) – Um escândalo sem precedentes sacudiu os alicerces do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e expôs a fragilidade do sistema previdenciário brasileiro. Investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram um esquema que desviou mais de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos de aposentados e pensionistas entre os anos de 2019 e 2024.
Os dados revelados pela Operação Sem Desconto apontam que cerca de 41 entidades associativas e sindicais atuaram em conluio com servidores públicos, lobistas e empresários para realizar descontos não autorizados diretamente nos benefícios dos segurados. A maior parte dos atingidos sequer sabia que havia valores sendo subtraídos mensalmente de seus benefícios do INSS.
A pergunta que ecoa: quem são os responsáveis?
Entre os principais nomes apontados pelas autoridades estão:
- Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, acusado de facilitar a liberação de sistemas para autorizar os descontos sem a devida fiscalização.
- Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, investigado por comandar um esquema de lobby milionário e lavagem de dinheiro.
- Maurício Camisotti e Danilo Trento, empresários com histórico de envolvimento em fraudes públicas, também citados nas investigações.
- Além deles, dezenas de servidores do INSS e operadores financeiros estão sendo investigados por participação direta ou omissão diante das denúncias.
Segundo a CGU, havia um “sistema paralelo” dentro da estrutura oficial do INSS, que permitia o lançamento desses descontos por meio de convênios obscuros e sem o consentimento formal dos beneficiários.
Prejuízo público e clamor por justiça
Além do rombo bilionário nos cofres públicos, o escândalo provocou um dano moral incalculável à imagem do INSS e afetou diretamente a vida de milhões de brasileiros que dependem do benefício para sobreviver.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Governo Federal já articula o ressarcimento imediato às vítimas. A expectativa é de que pelo menos R$ 2 bilhões sejam devolvidos aos segurados afetados. Mais de 2 milhões de pedidos de reembolso já foram registrados por meio da plataforma Meu INSS.
Queda de autoridades e pressão política
O impacto político foi imediato. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo, seguido pela saída do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Parlamentares de diferentes siglas exigem a criação de uma CPMI para apurar o escândalo e responsabilizar todos os envolvidos.
Enquanto isso, a população brasileira segue indignada, cobrando medidas concretas e maior transparência. "Não é só uma questão de dinheiro, é uma questão de dignidade. Quem desconta de um aposentado sem autorização, rouba o futuro de uma geração inteira", declarou a aposentada Maria das Dores, de 72 anos, vítima do esquema em Campo Grande (MS).
O que fazer se você foi afetado?
O INSS orienta que os segurados verifiquem regularmente seus extratos de pagamento no aplicativo Meu INSS. Caso identifiquem descontos indevidos, podem solicitar o reembolso diretamente pela plataforma, além de registrar denúncia na ouvidoria da Previdência Social ou à Polícia Federal.
A Folha do Estado do Brasil segue acompanhando de perto todas as atualizações deste caso e reafirma seu compromisso com o jornalismo investigativo, a defesa do interesse público e a justiça social.