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Brasil

“Fui eu que matei”: Guilherme confessa duplo homicídio e sai da delegacia pela porta da frente em Campo Grande

Por Wander Lopes

26/05/2025

Por Redação – Folha do Estado Brasil | 26 de maio de 2025

Em um episódio que chocou Campo Grande, Guilherme Urbanek da Rocha, de 20 anos, surpreendeu autoridades e familiares ao comparecer espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Cepol, na noite de domingo (25), para confessar um duplo assassinato brutal ocorrido menos de 24 horas antes no Bairro Moreninhas.

Segundo apuração exclusiva da Folha do Estado Brasil, Guilherme, acompanhado de um advogado, admitiu ter matado a tiros o próprio avô, o sargento da reserva da Polícia Militar, Nelson Carvalho Vieira, de 69 anos, e o neto deste, Denner Vieira Vasconcelos, de 21 anos. As vítimas foram executadas na varanda de casa, na Rua Anacá, por volta das 21h de sábado (24). O crime teria sido cometido por dois homens em uma motocicleta Honda Biz branca. Guilherme, conforme a própria confissão, foi o atirador.

Proteção fatal

Testemunhas relataram à reportagem que Denner parecia ser o alvo dos disparos. No entanto, Nelson, ao perceber a ação, teria se colocado na frente do neto numa tentativa desesperada de protegê-lo. Ambos foram atingidos por múltiplos tiros e morreram no local.

O que torna o caso ainda mais perturbador é que Guilherme, depois de relatar friamente sua participação no crime, não foi preso. Como não havia mandado de prisão expedido contra ele, a autoridade policial responsável limitou-se a tomar o depoimento, recuperar a arma do crime – indicada pelo próprio suspeito – e liberá-lo logo em seguida.

Revolta e perplexidade

Familiares e moradores do Bairro Moreninhas demonstram indignação. “Ele confessou que matou o avô e o primo, e simplesmente saiu andando da delegacia. Isso é justiça?”, questiona uma parente próxima, que pediu anonimato.

Fontes da Polícia Civil confirmaram à Folha do Estado Brasil que o caso está sob investigação, e que a confissão será analisada em conjunto com elementos periciais. Segundo apuramos, o crime pode estar ligado a desentendimentos familiares e disputas pessoais, mas as motivações exatas ainda são mantidas sob sigilo.

O que diz a lei?

Juristas consultados pela reportagem explicam que, em casos de apresentação espontânea, a ausência de flagrante e de mandado judicial impede a prisão imediata, mesmo diante de uma confissão. “É um aspecto técnico da lei que muitas vezes se choca com a percepção de justiça da população”, afirma o advogado criminalista Silvio Moraes.

Enquanto a cidade tenta assimilar os acontecimentos, o inquérito segue em curso. A expectativa é de que Guilherme tenha a prisão preventiva solicitada nas próximas horas.

A Folha do Estado Brasil seguirá acompanhando o caso com cobertura exclusiva.

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