Cacique do PSDB no MS sob os holofotes: cresce o clamor por investigação do Ministério Público"

Campo Grande (MS) – Um dos nomes mais influentes da política sul-mato-grossense, Sérgio de Paula, ex-secretário da Casa Civil e atual assessor da Sanesul, voltou a ser centro de polêmica após seu nome aparecer em documentos apreendidos durante a Operação Tromper, que apura um suposto esquema de corrupção milionária em contratos públicos da Prefeitura de Sidrolândia.
Apelidado nos bastidores como o “Cacique do PSDB”, De Paula foi citado em cadernos com anotações e documentos da empreiteira GC Obras, envolvida em contratos com valores superiores a R$ 17 milhões. Os registros, segundo o Ministério Público, relacionam nomes e cifras associadas a obras em diversos municípios, como Aquidauana e Sidrolândia — feudos eleitorais estratégicos.
Embora ainda não figure oficialmente como investigado, o envolvimento indireto de Sérgio de Paula chama atenção por sua conexão direta com Claudinho Serra, apontado como chefe do esquema criminoso e ex-chefe de gabinete do próprio De Paula.
Diante do acúmulo de indícios e do histórico de influência que De Paula mantém nos bastidores do poder — inclusive agora com salário de R$ 18,5 mil na Sanesul — cresce entre juristas, opositores e a sociedade civil o clamor para que o Ministério Público intensifique a apuração.
“Não é mais possível ignorar. Onde há fumaça, há fogo, e neste caso o cheiro de queimado vem de longe”, disse um vereador de oposição, sob anonimato.
O cenário exige maior diligência dos órgãos de controle, especialmente diante do risco de que práticas arraigadas de apadrinhamento político e tráfico de influência permaneçam impunes, comprometendo a lisura da gestão pública em Mato Grosso do Sul.
Enquanto isso, o Cacique segue em silêncio. Mas os olhos da população — e agora, espera-se, do Ministério Público — já não piscam mais.